A Rede Brasileira Justiça e Paz, o CNLB Nacional e o CRB Nacional divulgaram neste final de semana, com a adesão de mais de uma centena de Organizações, Pastorais, Instituições e Movimentos vinculadas ou relacionadas à Igreja Católica no Brasil, um posicionamento definido para o segundo turno das eleições presidenciais brasileiras: a nota “Profecia e Esperança” (clique aqui para acessar e ler). O texto, assinado pelo Conselho Nacional da CVX Brasil (CEN + coordenações regionais), manifesta posicionamento contrário à reeleição do atual presidente da República “para sermos coerentes com a Doutrina Social da Igreja Católica e com o Evangelho de Jesus” e em favor da eleição do ex-presidente Lula, “porque vivenciamos no seu anterior governo uma situação de paz, liberdade religiosa, respeito à democracia e compromisso social que precisamos reconquistar”.
Para o Padre Miguel Oliveira Martins Filho, sj, assistente eclesiástico da CVX Brasil, o momento é de extrema gravidade e por isso é importante este posicionamento enquanto Comunidade Nacional. “Unindo-nos a instituições que representam o pensamento mais amplo da Igreja Católica no Brasil, colocamo-nos também em sintonia com as reflexões e orientações do Papa Francisco, com as fronteiras da CVX Mundial e com as preferências universais da Companhia de Jesus, em favor da Vida e da dignidade humana, ao lado dos pobres, pelas demandas de nossa Casa Comum e por uma espiritualidade de olhos abertos à realidade, à luz do Evangelho de Jesus”, afirmou.
Diante disso, a CEN conclama a todos para que reflitam, divulguem e multipliquem amplamente este material (inclusive para novas adesões, através deste link), para contribuir no discernimento das pessoas nesta última semana antes do pleito do dia 30 de outubro.
“Sabemos que esta posição, apesar de representar um olhar majoritário na CVX, não é e nunca será unanimidade. Recebemos críticas em relação ao documento que publicamos antes do primeiro turno e é provável que deixemos pessoas insatisfeitas também agora. Lamentamos, mas entendemos que faz parte, ainda mais num contexto de tanto acirramento das narrativas e de tantas fake news. No entanto, temos claro também que não assumimos posições de liderança para executar só aquilo com que todos concordem, mas para apontar caminhos, com base no discernimento. Ainda assim, é importante dizer que respeitamos o direito ao voto e a liberdade de cada um e cada uma da CVX eleger quem quiser, conforme seu exame de consciência e seu olhar para o contexto atual. Desejamos poder voltar a dialogar em paz sobre assuntos como este num futuro próximo”, partilhou Rafael Finatti, coordenador nacional.