O dia começou às 4h da manhã. Acordamos cedo, arrumamos tudo e todos seguiram rumo à suas experiências. Minha experiência é em uma região chamada Jutiapa, na cidade de Comapa, a mais pobre da região, onde a maioria da população vive tendo como base a plantação de milho.
Demoramos cerca de 4 hora para chegarmos por conta dos bloqueios das estradas que a população fez contra o presidente do país, que hoje completa 3 anos que foi eleito, Jimmy Moraes.
A chegada no povoado foi muito emocionante: as pessoas lotaram a igreja e com muita simplicidade nos acolheram muito bem. Fomos apresentados a comunidade e de lá fomos cada um para uma casa de família. Fui designada para uma família de 4 filhos. Me impressiona o choque de realidade, pois aonde estou, para tomar banho, é preciso ir a um banheiro que fica na rua, que não tem luz e chuveiro, se toma banho de caneca. Não há televisão, portas e a família nem ao menos conhecia o Rio de Janeiro.
E é por meio desses choques que refletimos sobre o quão somos privilegiados. É nas pequenas coisas, que não damos valor, que nos diferenciamos: não preciso sair de minha cidade para ir a faculdade e nem gasto 2 horas até chegar nela, não preciso ir na rua para tomar banho e as portas de meu quarto são capazes de me dar privacidade suficiente. Mas o que me faz “melhor” que está família? Por que eu tenho tudo isso e eles não?
Depois a seguimos a programação proposta e fomos recebidos no salão municipal, onde jantamos e assistimos a algumas apresentações culturais. Nesse ambiente, a delegação brasileira pôde dar uma palhinha e mostrar um pouco de sua cultura. Por fim, o dia se encerrou com uma oração da noite, como forma de agradecimento por tudo aquilo que estamos vivendo.