No último domingo (15/01) ocorreu a visita à Comunidade Serra Velha, na área rural do município de Itatuba, Paraíba. O propósito foi conhecer um pouco do resultado da parceria da CVX Brasil com o Fundo Nordeste Solidário. O aporte financeiro doado pela CVX, por decisão conjunta de CEN, Conselho Nacional e Economato, beneficiou dez famílias da área rural com a construção de fornos artesanais. Estes são considerados pela comunidade como um instrumento ecológico ou de baixo impacto ambiental, por serem aquecidos com lenha e/ou carvão encontrados no entorno da comunidade.
O projeto de desenvolvimento desses fornos é resultado de uma tecnologia social, quando saberes populares se unem com conhecimento técnico-científico a fim de responder problemas sociais por meio de produtos simples e de baixo custo. Essas ações coletivas são guiadas pelos integrantes do Projeto “Multividas – vidas que se multiplicam” e são pautadas nos princípios da chamada “economia solidária”, o que faz com que as famílias contribuam com valores e/ou serviços para que outras também sejam beneficiadas.
A CVX estava representada por Helma Oliveira (CEN), Gracinha Araújo e Edson Guedes (CER-NE) e Priscila Cardoso (Comunicação-Regional Nordeste). Nossas companheiras foram recebidas por Sérgio Oliveira e Shirley Luís da Silva, integrantes da Pastoral de Migrantes da região, e visitaram várias famílias que foram contempladas com o forno artesanal. Cada uma partilhou sua história de superação e resiliência, entre delas estava a Lita Bezerra, liderança na comunidade Serra Velha e do Projeto “Multividas”.
“Culturalmente, o antigo fogão a lenha ficou associado à ideia de família muito pobre. Isso gerava, de algum modo, uma autoestima muito baixa, as pessoas que usavam fogão a lenha acabavam se sentindo inferiores. A aquisição do fogão ecológico gerou não apenas uma economia significativa do gás de cozinha, mas provocou um resgate da dignidade das pessoas”, conta Edson Guedes. Nesse sentido, a D. Teté comenta a mudança de concepção sobre o uso da lenha por parte do seu marido, após saberem dos relatos positivos sobre o uso do fogão artesanal pelos vizinhos. Agora ele tem a função de preparar a lenha para o consumo da família.
Lita Bezerra, liderança comunitária, acrescenta que existem famílias que precisam tratar das carnes de porcos e galinhas para comercializar. Outras estão produzindo bolos para comercializar pela vizinhança. Portanto, a economia com a substituição do fogão a gás por fogão artesanal vai além do consumo doméstico. Ela também relatou que pessoas doentes e com restrição alimentares agora podem cozer e assar seus alimentos de modo mais saudável.
A coordenadora da CVX Regional Nordeste, Gracinha Araújo, relata um pouco seu sentimento diante dos acontecimentos do dia: “Tenho um sentimento de muita gratidão a Deus por estar ali, por ouvir aqueles depoimentos, cheios de positividade, de vida, de coragem, de atitude, de esperança, de alegria e bem-estar! Como foi consolador estarmos com aquelas mulheres e seus familiares, registrando tudo e ouvindo que agora a cozinha é o melhor local da casa e o quanto foi grande a mudança no que diz respeito a economia do gás de cozinha, gente que adquiriu mais receitas, fazendo bolos, empadas etc. para ajudar na renda da casa”.
Nessa viagem também foi possível conhecer um pouco do papel da Pastoral de Migrantes no sentido de buscar multiplicar projetos de economia solidária para transformar realidades de migração forçada, por falta de água, de criação de animais, cultivo e elaboração de alimentos. Sérgio Oliveira conta sobre esse histórico de lutas por cisterna, grãos para plantio, fornos ecológicos, tudo a partir da necessidade contextualizada das famílias daquela área rural e ainda ressalta a importância da CVX e outros apoiadores se destinarem a conferir o resultado da aplicação dos recursos doados.
Os recursos destinados pela CVX Brasil surgiram do acúmulo de valores do fundo de formação e missão resultado dos tempos mais intensos da pandemia de covid-19. Hoje podemos perceber o compromisso financeiro das comunidades CVX durante aquele tempo pode resultar em tantas maravilhas na vida de diversas pessoas. Demos graças a Deus!
Nesse sentido, conta Gracinha (veja a partilha dela): “Voltei com o coração pulsando ainda mais forte, pois senti o quanto é importante o nosso compromisso financeiro com a CVX, uma vez que tem ajudado a mudar e facilitar a vida das pessoas, seja em contribuir para que seus membros possam viver suas experiências dos EE e formação, como tbm para investir de maneira eficaz na vida de outras pessoas. Gratidão a toda Comunidade Nacional por me proporcionar viver e sentir bem de perto, que aquele que ajuda, é quem estar sendo ajudado”. E Edson complementa: “Foi um dia muito marcante. Conhecer um pouco das histórias dessas pessoas e ver o quanto de coragem, esperança e senso de solidariedade existe entre eles. Agradeço à CVX por essa oportunidade”.
Assistam abaixo os vídeos com os seguintes depoimentos:
- da liderança comunitária: Lita Bezerra
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dos integrantes da pastoral do Migrante: Sérgio Oliveira e Shirley Luís da Silva
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das beneficiadas: Viviane, Dona Amélia e Dona Teté.
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