A CEN realizou nesta terça-feira (30) um bate-papo online sobre a fronteira das Famílias, a partir do workshop “Relógio da Vida”, de que a Isabel Torres (RJ) participou em Manresa em julho, organizado pela CVX Espanha; e do XVI Congresso Nacional da Pastoral Familiar, em Governador Celso Ramos-SC, no qual o casal Stella e Helton (Sul) representaram a CVX Brasil entre os dias 26 e 28 de agosto. Mais de 40 pessoas, de praticamente todas as regionais da CVX no Brasil, participaram da conversa via Zoom – todos dispostos a um olhar acolhedor para as novas estruturas familiares, para as pessoas LGBTQIA+ e para a necessidade de nos formarmos quanto ao “Relógio da Vida”, isto é, uma linguagem de sabedoria para lidarmos com pessoas idosas e para vivermos a “melhor idade” dentro da CVX.
Após a oração inicial, conduzida pela tesoureira da CEN, Ana Conceição, que lembrou as palavras do Papa por ocasião do X Encontro Mundial das Famílias, em junho, a partilha começou com o relato de Stella e Helton (CVX Nossa Senhora Medianeira, de Curitiba-PR) sobre o Congresso realizado em Santa Catarina. Segundo eles, o encontro festivo reuniu sotaques, povos e regiões para reforçar a importância da pastoral familiar e a necessidade de estarmos atentos, acolher, escutar e dialogar a partir desta escuta com os novos formatos familiares: “um processo espiritual onde não só se escuta, mas se caminha juntos”, resumiram. Eles destacaram também o olhar sinodal, o trabalho com a diversidade e o quanto a Encíclica Amoris Laetitia foi enfatizada como guia para todo o povo de Deus. “Amor familiar, vocação e caminho de santidade: todos nós, independente de nossa vocação, somos chamados ao amor e a sermos Santos. Somos Igreja chamada a anunciar, celebrar e servir/seguir ao Evangelho. A busca do caminho da Santidade é um caminho que deve ser criado em família, até porque as vocações nascem nas famílias: o quanto estimulamos (ou privamos) isso?”. Por outro lado, ponderaram que a família vive o paradigma da sensibilidade: muito sentimentalistas e frágeis quanto ao que acontece consigo, mas ao mesmo tempo, muito insensíveis para com as realidades socioeconômicas. “O desafio é parar e escutar o outro, o mundo”.
Depois deles, foi a vez de Isabel Torres (CVX Cristo Redentor) falar de sua experiência em Manresa. Ela explicou que o encontro foi acima de suas expectativas, bastante profundo – e lhe revelou uma nova missão: o trabalho com os idosos. De acordo com ela, havia 4 workshops de pastorais familiares para serem vivenciados pelos participantes: “Relógio da família“, um guia para projetos com famílias; “Quatro estações”, para atender pessoas divorciadas e casais de segunda união, bem como viúvos; uma ferramenta em desenvolvimento para acolher pessoas LGBTQIA+ e seus familiares; e o “Relógio da vida”, workshop que ela definiu fazer. “O workshop que eu fiz foi maravilhoso, porém como o livro está no prelo, o material não pode ser compartilhado. Ainda assim, fui autorizada a aplicar, na CVX Aprendizes do Coração de Jesus, de que sou assessora, os módulos que já fiz, como um piloto, com o apoio da CVX de Sevilha. Começarei a trabalhar isso em Setembro”, afirmou.
Todos os participantes do encontro online ficaram muito animados com a possibilidade de aprender a partir da experiência de Isabel – e também com o olhar da Igreja brasileira a respeito das diversas estruturas e formatos familiares. “Eu acho que a gente como CVX e como cristãos têm que abrir os nossos corações e os nossos olhos”, afirmou Helô Charbel (CVX Maria Arca da Aliança – RJ). Já o Padre Agnaldo Duarte, assessor da CVX Nossa Senhora Medianeira (Curitiba-PR), afirmou ficar muito consolado com todas as partilhas: “Iniciamos aqui no Colégio Medianeira um trabalho com as Famílias, a partir das celebrações, e já pensávamos um pouco no Relógio da Família. É bom ver que o Espírito sopra e as coisas estão conectadas. Dá consolação e ao mesmo tempo aponta caminhos possíveis”.
Ao final, a vice-coordenadora da CEN, Helma Oliveira, aproveitou a reunião para fazer o envio de todos, especialmente os que trabalharão mais fortemente na fronteira das Famílias – e das Equipes Nacionais de Formação (Gilda, Patrícia, Célia, Gilmara, Dalmo e Arquigência) e de Espiritualidade (representadas por Ceci, Rosângela e Marília).
Assista aqui, na íntegra, ao bate-papo: