No mês de maio, Marco, membro CVX Immacolata (Imaculada) da cidade de Cagliari na Itália. Ele fez uma experiência missionária de inserção em uma comunidade em Itaperica da Serra. Ele compartilha conosco como foi a experiência missionária, que nos inspira a nos colocarmos a caminho e a serviço.
Meu nome é Marco. Tenho 37 anos e há 21 anos faço parte da CVX italiana na cidade de Cagliari onde moro e estudei medicina. Passei o mês de Maio na favela Itapecerica da Serra por meio da missão da comunidade missionaria “Villaregia”.
Discernimentos dos espíritos
Antes de ir ao Brasil, tinha no meu coração uma pergunta e uma oração.
A pergunta: “por quem” estou a ir ao Brasil? Talvez para agradar me mesmo? Eu sabia “por que” e que essa viagem era um momento importante da minha relação com Deus. Através a oração entendi que essa era quase um escrúpulo e que não vinha do Senhor.
Agradeço o Senhor não só porque enche o meu coração da beleza e da riqueza da humanidade das outras pessoas, mas também porque Ele jamais afastou de mim os problemas, as dificuldades, as perguntam que ferem…
“Encontrar Deus em todas as coisas”
A oração: eu quero, oh Jesus, descobrir mais profundamente o Vosso rosto que Vós já pusestes em mim e que eu posso levar aos outros atravez a minha vida. Por meio das pessoas que eu vou encontrar no Brasil, sobre tudo dos pobres.
No meu coração recebeu muitas respostas:
– a beleza e a força da natureza que falam da potência e da graça de Deus
– a fé do povo: intensa, profunda, compartilhada, vivida na alegria e no sofrimento, emocional
– o calor humano e o afeto dos brasileiros que libertam o coração
– a linguagem corporal: as pessoas oferecem o corpo deles como instrumento de relação (abraços, caricias …)
– a pobreza e como as pessoas vivem-na. De vez em quando, entrando na casa e alguns pobres, pensei: isso é o inferno na terra. Eu me perguntava: onde está Deus aqui?Em algumas casas a resposta foram o calor humano, a acolhida, a beleza, a generosidade e graça do coração dos mais pobres. Sinais visíveis, vividos e vivos de ressurreição.
Em outras fiz de novo experiência do silencio de Deus. As condições de vida de aquelas pessoas eram tão miseráveis que eu tinha a sensação que eles eram como “lixo humano”. Era como estar frente a Jesus na Cruz. Não teve consolação nenhuma. Contudo, na pessoa crucificada, Deus estava aí. Eu podia tocar Jesus no corpo, na pessoa de ante a mim.
Estando no centro de São Paulo, olhando às lojas pelos ricos, queria fugir e voltar à favela. Deus ficava entre os pobres, entre as pessoas crucificadas!
“O amor deve ser colocado mais nas obras do que nas palavras”
“Em todo amar e servir”
Morar com os missionários e as missionarias significa também lavar os pratos, os banheiros, arrumar a casa … como numa família. Eu fiz sempre as tarefas de casa com alegria. Era uma forma simples para amar os irmãos e as irmãs.
Amar as pessoas do bairro significava: escutar em silêncio as histórias deles; compartilhar as lágrimas; dar-lhes uma carícia quando necessário; rir com eles; aceitar o café ou o chá com bolachas de quem tinha o desejo de acolher, não tinha muito, mas dava tudo; dedicar tempo às crianças; ser “pão quebrado”.
“Aja como se tudo dependesse de você, sabendo bem que, na realidade, tudo depende de Deus”
Tentei ajudar os missionários em que eles e elas me propuseram fazer e fiz o melhor que eu pude. Espero não ser tido como útil ou eficiente, mas somente um meio para Deus lançar as suas sementes no terreno. Indo e assim Ele. Como São Thiago com as feridas das costas do Jesus.
Conheça a Comunidade Missionária de Villaregia
CVX
Com grande alegria e muito gosto encontrei por uma tarde a comunidade CVX Cardoner, que se reúne na igreja São Luiz na Av. Paulista. Me senti logo em minha casa. As línguas mudam, assim os países, mas a espiritualidade inaciana cria a misma sensibilidade e uma linguagem comum. Me senti logo aceito pelas pessoas presentes e entres amigos.
Foi muito interessante trocar as diversas experiencias de ser CVX e escutar as partilhas dos outros.
Agradeço o Senhor por ter encontrado eles.
Espero que possa nascer uma ligação com a missão.
Fotos partilhadas por Marco
