… Logo as Fronteira não farão sentido
Povos peregrinos vão ganhando o Mundo.
A experiência MAGIS Amazônia, foi realizada em Santarém, na Paróquia Santo Inácio de Loyola, na Vila de Boim Resex Tapajós, no período de 21 a 31 de julho nas comunidades de Boim, Nuquini, Tucumatuba, Rosário.
A primeira motivação em realizar esta experiência em Boim foi viver com a comunidade local a festa do Padroeiro Santo Inácio de Loyola, diga-se de passagem, uma das festas mais antigas da Amazônia, que neste ano está celebrando 286 anos.
“Com Santo Inácio, sejamos misericordiosos no cuidado da nossa casa comum para a Glória de Deus”.
Durante este período de 21 a 31 tivemos oportunidade de visitar quatro comunidades locais com características bem especificas. Fomos nos adaptando com a realidade das comunidades e do nosso grupo de missionários; ao todo éramos sete missionários.
Da esquerda para direita: : Dyonatan, voluntário da Colômbia; Gian, voluntário da CVX em Santarém; Emiliana, colaboradora do Centro MAGIS Belém; Pe. Tomé, SJ, Magis Amazônia; Laura, Espaço MAGIS Santarém; Albert, espaço MAGIS Santarém e Matheus, Regional Sul
Preparamos três oficinas para serem desenvolvidas durante as visitas nestas comunidades: fomos nos adaptando conforme o público. Assim, em algumas comunidades realizamos as três oficinas, enquanto em outras, só conseguimos elaborar uma ou outra oficina.
Boim: foi a comunidade de chegada, seria “a Nossa Nazaré”. Ali os missionários começaram a se conhecer, e a conhecer a realidade onde iríamos juntos viver nos próximos dias. Vila de Boim já respirava ar de festa por causa do seu padroeiro Santo Inácio: é também a comunidade de referência das demais. Nesse clima de festa que as pessoas já estavam vivendo, não havia muito tempo para realizar as oficinas que tínhamos previsto. A partir daí tivemos que rever a nossa programação de missão na região.
Na comunidade Nuquini: a juventude se fez mais presente participando das três oficinas que oferecemos; a primeira oficina foi realizada no programa de rádio, a segunda falando sobre a importância do Dízimos e a terceira oferecendo uma Oficina de Liturgia. Esta última oficina foi trabalhada em dois momentos distintos: o primeiro preparando a liturgia da Eucaristia, seja nas leituras como nos cantos, e no segundo momento oferendo uma oficina de Velas. Realizamos também uma roda de conversa com a juventude, com o Tema “como Ser Jovem hoje”, e em seguida tivemos uma partilha das rodas de conversa, de um lado com o grupo de missionários vindo de fora, e do outro lado, com a juventude toda da comunidade de Nuquini. Esta troca de experiência foi muito positiva e enriqueceu a caminhada de todos. Terminamos o dia celebrando a Eucaristia naquela comunidade. Na manhã seguinte conseguimos ainda fazer algumas visitas nas casas acompanhados pela juventude de Nuquini. O almoço, juntos foi festivo e, no final do dia partimos para outra Comunidade, a de Tucumatuba.
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Em Tucumatuba, chegamos no dia depois da festa da padroeira deles Sant’ Ana. Nesta comunidade vivenciamos a Misericórdia de Deus. De fato, é Ele que conduziu nossa missão. Conseguimos ainda realizar as visitas acompanhados pela juventude da comunidade que convidou para as oficinas de velas, e brincadeira com as crianças e juventude. Terminamos com a celebração da Eucaristia e assim passamos para a última comunidade de nossa programação: a Comunidade Rosário.
Em Rosário, apesar do pouco tempo, a atividade foi intensa. Apesar de chegarmos já no início da noite fomos acolhidos com tanto carinho pela Dona Socorro. Na manhã seguinte nos dividimos em três grupos, cada um acompanhado por um jovem da comunidade. Nas visitas convidamos a comunidade para as oficinas e para a eucaristia no final do dia.
Iniciamos com a oficina de velas, e, em seguida, realizamos a oficina do dízimo: na partilha expressaram com confiança para nós, sua caminhada desabafando por se sentirem um tanto abandonados, e por questionarem sobre o destino do dízimo. Daí surgiu um grito e um pedido de socorro. De fato, o desabafo desta comunidade revelou que se sentiu um tanto machucada, mas não faltou o desejo enorme de viver esta experiência de Deus em comunidade.
Com este desejo iniciamos a eucaristia e caminhamos com a padroeira Nossa Senhora do Rosário pelas ruas do vilarejo cantando e rezando a vida daquela comunidade.
Na manhã seguinte tivemos um momento nosso de oração pessoal e de partilha da nossa missão. partilhamos com o Pároco o Padre Alcides e o bispo Dom Flavio.
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Apesar de tudo, acho que a experiência foi positiva: poderia ter sido mais rica e mais profunda se fosse em apenas duas comunidades tendo assim mais tempo para desenvolver as oficinas programadas. Poderia ajudar o fato de levar já impresso o material utilizado da oficina de velas. Um fato marcante para o grupo foi a visita nas casas: de fato este contato com os moradores foi muito rico e gratificante, escutando suas histórias de dores e de alegria, de abandono e de confiança.
Percebi que muitos que vivem naquela região não tem ideia da realidade fora daquela reserva e não conseguem perceber que eles serão afetados com as mudanças. Perguntei a alguns jovens se tinham desejo de ter um curso superior, de poder usufruir das tecnologias, sobre a saúde, qual era forma de lazer deles, e o que eles sabem sobre porque aquele local se tornou uma reserva extrativista, se é positivo para eles… Este questionamento que eu fiz para muitos deles é indiferente, não mudaria a vida deles porque eles estão vivendo num horizonte bem limitado e fechado. Viver estes dez dias nesta reserva foi intenso e gratificante. Contemplando esta grandeza do Rio Tapajós de quem eu dependia para me locomover, para ir ao encontro do outro, foi, mais uma vez, uma experiência do infinito amor de Deus e da sua força na natureza que Ele criou.
… Ousaram ir onde ninguém ia
Para contar o que acontecera
Gian
Voluntário CVX em Santarém
Veja mais fotos da missão abaixo.